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20 de jul. de 2011

AMAR É ...

Amar é...
Há muitas definições para o verbo amar, todavia, falo aqui do amor como sentimento compassivo e generoso que poucos de nós sabem cultivar.
Se fizermos uma pesquisa sobre o amor, muitos vão dizer que amam a fulano, a sicrano ou a beltrano. Talvez até estejam sendo sinceros na concepção que fazem do amor. Mas, se perguntarmos se amam incondicionalmente, se amam o amor puro e cristão, poucas respostas afirmativas teremos. Se não vejamos:
O esposo diz que ama a esposa, mas muitas vezes é o tirano dela. Prende-a de tal forma (ainda que numa gaiola de ouro) que ela se sente oprimida e destituída de vida própria. Vive em função dele. Anula-se.
A esposa, idem. Os pais dizem que amam os filhos, mas fazem deles criaturas dependentes do seu amor. Têm medo de que eles saiam de debaixo de suas “asas”. Os filhos dizem que amam os pais, mas na primeira contrariedade maltratam-nos e até os agridem (física e/ou moralmente). E assim por diante.
Conta-se que um casal de velhinhos morava num casebre de madeira bem simples. Amavam-se e eram felizes. Até que um dia aconteceu um acidente. Um incêndio começou na cozinha onde a mulher estava. Depressa o fogo tomou conta de suas vestes e ela era uma labareda só. O marido, desesperado, fez de tudo para salvá-la. Ficou também com algumas queimaduras, mas conseguiu apagar as chamas que envolviam a mulher. Quando os bombeiros chegaram, nada mais restava do pequeno casebre.
Levaram o casal para um hospital e ambos ficaram internados em estado grave.
Após algum tempo, o marido recebeu alta hospitalar, mas sua esposa, porque muito mais queimada, ainda ficou internada.
Desesperançada, ela queria morrer, pois estava deformada. Queimara todo seu rosto.
Na primeira visita que o esposo lhe fez ela lhe disse:
— Você está bem?
— Sim. Pena que o fogo me cegou. Não consigo ver quase nada. Mas não fique triste, meu amor, sua beleza estará sempre gravada no meu coração. Para sempre.
A esposa, triste pelo acontecido ao esposo, lhe disse:
— Deus, vendo tudo que me aconteceu, tirou-lhe a visão para que você não veja minha deformidade. Estou completamente desfigurada! Pareço um monstro – ela disse.
Ele a sossegou e viveram mais dez anos em perfeita harmonia. O marido, quando a via triste, lhe dizia: “Como Deus foi bom em me deixar ficar contigo! Eu te amo tanto, querida!”. E ela, amorosa, lhe retribuía com afagos, descrevendo para ele, a beleza das flores na primavera.
Como nada é para sempre, no dia do enterro da mulher, o marido, de óculos escuros, chega próximo do caixão e sussurra:
— Como você é linda, meu amor!
Ouvindo-o assim falar, crente que ele recobrara a visão, o amigo pensou tratar-se de um milagre o fato de ele estar vendo novamente.
Só então, aquele que sentia o verdadeiro amor vibrar dentro de si, falou:
— Nunca estive cego. Apenas fingia para não melindrá-la. Quando a vi toda deformada, percebi que seria muito duro para ela continuar vivendo daquela maneira. E eu, sendo cego, era um estímulo para que ela vivesse. Foi bom meu alvitre, pois vivemos mais dez anos após o acidente na mais perfeita paz e felicidade.

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