Para Gramsci a divisão do gênero humano, apresentada como natural ou mesmo
benéfica, esconde outra “natureza humana” sufocada pela sociedade do mercado, masque poderá ser expandida no Estado ético. O tema da natureza humana sempre esteve na base do pensamento político, as obras de Hobbes e Maquiavel testemunham dois
grandes exemplos, pois ambos edificam suas teorias políticas baseadas em como lidar
com uma natureza humana, para dizer o mínimo, “dada ao conflito”. Diferentemente
desses dois autores que tinham uma concepção da natureza humana fixa, para Gramsci a natureza humana é o conjunto das relações sociais. Por isso, não existe o homem em geral, mas o homem historicamente determinado, ou seja, Gramsci dava a noção de
natureza humana um vínculo social e uma “plasticidade” que a transforma, no fundo, em um devEr.
A aposta na possibilidade de uma socialização do poder e na formação de novos dirigentes é recorrente nos Cadernos do cárcere. Gramsci constrói uma teoria política
que representa uma forte aposta nos “simples”: não por outro motivo considera que
“todos são filósofos
”, por isso sustenta a utopia do “ser guia de si mesmo”, aliada
sempre a necessidade de “educar a si mesmo
” para “dirigir ou controlar quem dirige
No fundo, tanto a socialização do poder quanto o Estado ético estão ancorados
no mesmo princípio: o de que todos os homens são iguais e, portanto, todos podem governar. Isso significa dizer que não há nada na natureza humana que inviabilize uma socialização do poder. A hipótese da superação de governantes e governados no Estado ético, como deixa claro Gramsci no parágrafo 2 do caderno 12 é no sentido de um
governo com consentimento dos governados.
Gramsci meu filósofo preferido,tão atual, quando diz que todos são filósofos e precisam educar-se a si mesmo para controlar quem os dirige.Se o povo tem uma educação precária e o governo não provê meios para uma educação eficaz,entendemos porque os brasileiros escolhem mau seu governantes.O restante vou deixar para vocês comentarem:
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