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31 de mai. de 2011

O QUE DIZ O SARNEY E O QUE DIZ A HISTÓRIA

"Eu não posso censurar os historiadores encarregados de fazer a história, talvez esse episódio seja apenas um acidente"(SARNEY)
Reinaugurado com pompa pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o "túnel do tempo" da Casa - como é chamado o corredor que liga o plenário a gabinetes de senadores - traz agora uma decoração que "reescreve" a história da Congresso, omitindo fatos.
Os painéis com os principais momentos da instituição, dos primeiros anos da independência do Brasil até o ano passado, não fazem referência, por exemplo, ao impeachment, em 1992, do então presidente da República e hoje senador Fernando Collor, e nem tampouco à cassação do ex-senador Luiz Estevão (DF), em 2001. As CPIs que marcaram a atuação da Casa também ficaram de fora.

Para Sarney, o impeachment de seu antigo desafeto e hoje aliado, Fernando Collor, "não é marcante". "Olha, eu não posso censurar os historiadores encarregados de fazer a história, talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil", alegou.

"Mas não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que foram os que construíram a história, e não os que de certo modo não deviam ter acontecido. O que vale é que nós temos uma Constituição, sempre nos organizamos em torno da lei", declarou.

O próprio Sarney é homenageado com a publicação de foto em que ele aparece jurando a Constituição.

 JÁ A HISTÓRIA DO BRASIL DIZ:

O impeachment de Collor

por Maria Fernanda Ziegler
Há 15 anos, ele deixou o poder
O Brasil passou por uma tremenda reviravolta na entrada da década de 90. Após quase três décadas, finalmente um presidente civil seria escolhido pelo povo. Mas, em apenas três anos, o que parecia inacreditável aconteceu: o país que se mobilizou pela eleição de um candidato retirou-o do comando, sem qualquer alteração nas regras do jogo democrático.
17/12/1989
A vitória
Candidato do Partido da Renovação Nacional (PRN), Fernando Collor de Mello é eleito no segundo turno. A campanha destacava a juventude do “caçador de marajás”.
15/3/1990
Mau começo
O presidente tinha como meta eliminar a inflação de 80% ao mês. Reduziu ministérios, demitiu servidores públicos e anunciou o Plano Collor: o bloqueio, por 18 meses, das contas correntes e poupanças que excedessem 50 mil cruzeiros (o equivalente a quase 7 mil reais).
1990
Em baixa
No início, o plano foi bem-sucedido. Em dezembro, a inflação atingiu índice próximo dos 20%, mas a queda das vendas no comércio gerou desemprego. A aceitação do governo despencou 50% em relação à do período eleitoral. As medidas também não agradaram os parlamentares.
1991
Denúncias
A inflação acumulada passava de 400%. Enquanto isso, denúncias de compras superfaturadas na Liga Brasileira de Assistência (LBA), entidade presidida pela primeira dama Rosane Collor, estampavam os jornais.
27/5/1992
Barraco de irmãos
Em entrevista à revista Veja, Pedro Collor, irmão mais novo do presidente, acusa o tesoureiro da campanha, PC Farias, de usar a amizade com Collor para enriquecer. Ele entregou um dossiê e apontou operações ilegais que envolviam o irmão e o tesoureiro.
1º/6/1992
o congresso ataca
A Câmara dos Deputados instala uma CPI para apurar as denúncias de Pedro Collor. A Comissão apurou a existência de ligações das atividades ilegais do empresário com o governo federal. Organizações da sociedade civil e partidos da oposição lançaram o Manifesto Democrático contra a Impunidade.
16/8/1992
Nas ruas
Milhares de estudantes usam preto e fazem passeatas em dez capitais. Eles são chamados de caras-pintadas e a sociedade passa a exigir o impeachment de Collor.
29/9/1992
Na câmara
A CPI conclui que o presidente sabia da corrupção e do esquema de lavagem de dinheiro de PC. A Câmara aprovou o impeachment por 441 votos a 38. Collor, condenado por crime de responsabilidade, é afastado e, em 2 de outubro, o vice Itamar Franco assume interinamente a Presidência.
29/12/1992
No senado
Collor renuncia minutos antes de ser condenado pelo Senado. Mesmo assim, seus direitos políticos são suspensos por oito anos. Horas depois, ele reúne a imprensa para justificar que a renúncia foi em defesa das instituições democráticas, que estariam sendo ameaçadas pelas elites contrárias à modernização do país.
12/12/1994
Absolvição
Por falta de provas, Fernando Collor de Mello e PC Farias são inocentados da acusação de corrupção passiva. Collor continuou inelegível e respondeu a outras 35 ações judiciais. Em agosto de 1995, mudou-se para Miami e, em 2006, voltou ao cenário político nacional ao ser eleito senador por Alagoas.
http://historia.abril.com.br/politica/impeachment-collor-435681.shtml


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